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Publicações relatam experiência inovadora do projeto Conexão Saúde

Luciana Bento

Quando o Conexão Saúde – De olho na Covid foi criado, em junho de 2020, a expectativa era de que o projeto durasse quatro, cinco meses, no máximo. Um prognóstico que se mostrou demasiado otimista: a pandemia não só durou muito mais tempo, como desafios, crises e demandas urgentes foram uma constante durante os seus quase dois anos de duração. 

No momento em que o projeto foi estruturado no Conjunto de Favelas da Maré e de Manguinhos, os testes eram escassos, não havia vacina, o número de mortos por covid-19 aumentava de forma assustadora e políticas públicas consistentes e permanentes inexistiam. A Fiocruz, Redes da Maré, Dados do Bem, SAS Brasil, Conselho Comunitário de Manguinhos e União Rio se aliaram para criar um modelo de vigilância e assistência em saúde capaz de dar respostas para situações-limite e urgências antes inexistentes. 

A partir desta dinâmica desafiadora, o Conexão Saúde – De Olho na Covid tornou-se inovador por natureza: seja por sua governança participativa, seja pela capacidade de apresentar soluções rápidas e customizadas para cada território, a cada momento, seja pelo pioneirismo nas ações ou agilidade em detectar erros e mudar de rota. 

Em todas as ações, o uso de tecnologias em saúde teve papel fundamental e inovador para o combate à pandemia em territórios de favela e periferias. Testagem molecular, uso de aplicativos na produção e monitoramento de dados, utilização da telessaúde, implantação das cabines de telemedicina, criação de diagnósticos territoriais, invenção do Programa de Isolamento Domiciliar Seguro, introdução de modelo de gestão inovador - reunindo ONGs, academia, setor público e privado - e aplicação de ações inventivas de mobilização e comunicação em um contexto de crise são alguns dos exemplos de tecnologias – digitais e sociais – aplicadas durante o processo.

O conjunto de ações, respostas, premiações e resultados alcançados fez com que o Conexão Saúde – De olho na Covid se tornasse um modelo inspirador de combate a emergências em saúde em territórios de favelas e periferias, podendo ser replicado em partes, com as adaptações necessárias para cada território e circunstância. 

Toda a história, experiência, desafios, acertos e resultados do projeto estão narrados e documentados nas publicações lançadas durante o seminário Vacina Maré - Olhares sobre a covid em favelas: ciência, participação e saúde pública, realizado na Fiocruz no dia 18 de agosto.

As publicações “Maré e em Manguinhos: uma experiência de inovação e mobilização em saúde durante a pandemia” e “Mobilização e Comunicação na Maré: uma experiência construída a partir da escuta cotidiana e da produção de dados” trazem a memória do projeto em detalhes, apresentando o processo de construção de parcerias dentro e fora do território, a integração com as unidades básicas de saúde, a importância do engajamento local e os resultados alcançados a partir do olhar de quem vivenciou o dia-a-dia: moradores, articuladores territoriais, coordenadores, pesquisadores, profissionais de saúde, lideranças locais. 

Ambas as publicações estão disponíveis para serem baixadas gratuitamente em pdf no site da Redes da Maré, em “Publicações”, nas versões em português e em inglês. 

 

Versões em português: 

“Maré e em Manguinhos: uma experiência de inovação e mobilização em saúde durante a pandemia”

 

“Mobilização e Comunicação na Maré: uma experiência construída a partir da escuta cotidiana e da produção de dados” 

 

Versões em inglês: 

“Maré and Manguinhos: an experience of innovation and mobilization in health during the pandemic”

 

“Mobilization and communication of conexão saúde project in Maré: an experience of innovation and community engagement”

 

Foto: © Gabriela Lino

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