Na última sexta-feira (15/07), a Casa das Mulheres da Maré em parceria com a King’s College de Londres realizou o encontro "Estratégias das mulheres de favela para o enfrentamento às violências". O evento debateu o fortalecimento de direitos das mulheres mareenses, o lançamento da pesquisa ‘Práticas de Resistência para Enfrentar a Violência Urbana de Gênero na Maré’, imersões visuais, além da apresentação de hip hop da Natalhão.
As palestrantes da primeira mesa “Resistindo às violências de gênero: construindo dignidades das mulheres através da resiliência comunitária no Rio de Janeiro” apresentaram os dados da pesquisa, com o objetivo também de explicar na prática para as mareenses o trabalho de incidência nas políticas públicas, uma das metodologias da Redes da Maré. Confira aqui o trabalho completo, que teve como foco a análise de dados coletados em entrevistas e grupos focais com mulheres moradoras das favelas da Maré entre 2020 e 2022. A pesquisa foi liderada pela King’s College de Londres (Departamento de Geografia) e Redes da Maré, em parceria com a Universidade Federal do Rio de Janeiro, People’s Palace Projects, Queen Mary University of London e Museu da Pessoa, com financiamento da British Academy, por meio do GCRF-Global Challenges Research Fund.
Pesquisa 'Práticas de Resistência para Enfrentar a Violência Urbana de Gênero na Maré’ (2022)
A segunda mesa - “Que caminhos fortalecem os direitos de mulheres lésbicas de favelas?” - foi um momento para conversar sobre como a equipe da Casa das Mulheres amplia esse discurso para além da Casa, contribuindo para que a Maré seja mais diversa e inclusiva. Mulheres de diversas gerações atendidas pelo espaço escutaram as experiências de mulheres LGBTQIA+ de favelas, entendendo como se dá o processo individual e coletivo de cada uma, como estão pautando os direitos das mulheres da Maré e as lutas coletivas.
Mariana Aleixo lembrou de um momento importante no dia: “Uma das moradoras da rua [da Casa das Mulheres], a Dona Maria, conhecia a Dona Lourdes, antiga dona do espaço que hoje é a Casa, e falou que está feliz em ver que a casa dela se tornou um espaço para as mulheres, de acolhimento, onde se sentem seguras, fazem cursos. Não existia isso no Parque União quando ela era jovem”, conta.
Cerca de 130 mulheres estiveram presentes e a coordenadora da Casa das Mulheres da Maré, Mariana Aleixo, ressaltou a importância de se fazer eventos como esse em espaço público. “Gostamos muito de fazer eventos na rua, porque retrata essa experiência favelada de ocupação do espaço público. Quando a gente se coloca no espaço da rua, mostra também a força de mobilização da Redes da Maré e como a Casa acompanha esse processo”.
Acesse a pesquisa completa aqui.
Fotos por © Douglas Lopes
