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Maré recebe pesquisadores do Censo IBGE 2022

Gisa Ferreira

O Censo Demográfico do IBGE retomou suas atividades em todo o território nacional, desde a primeira semana de agosto, inclusive na Maré, após trabalho ter sido adiado devido à pandemia da Covid-19. 120 recenseadores junto a 13 supervisores fazem parte da equipe que está coletando dados em todo o conjunto de 16 favelas da Maré, com o objetivo de apresentar um cenário atualizado da região. A pesquisa tem previsão de durar três meses, podendo estender até dezembro.

O Censo é fundamental para a cidade expressar a realidade de todos os espaços urbanos, inclusive favelas e periferias, endereçando ao poder público as necessidades e os direitos que precisam ser garantidos. Nesta linha, a Redes da Maré trabalha com seu eixo Direitos Urbanos e Socioambientais, em prol da incidência de um plano local urbano de desenvolvimento que impactem diretamente na qualidade de vida dos mareenses.

 

Segundo a coordenadora do eixo Direitos Urbanos e Socioambientais, Shyrlei Rosendo, o eixo está dando apoio para o trabalho e recebeu, em julho, uma equipe do Censo na Maré para mapear, entender e conhecer as condições urbanísticas, como a existência de iluminação, bueiros, arborização, calçadas, entre outras, em todas as 16 favelas da Maré.

 

Para Shyrlei, o Censo traz o retrato do Brasil e, consequentemente, da Maré. “Ele aponta os avanços e problemas que temos que enfrentar enquanto sociedade e, a partir dos dados, a gestão pública pode desenhar políticas públicas e programas que garantam direitos e a qualidade de vida da população. E ela pode cobrar por melhores condições de vida, pois saímos dos ‘achismos’ para a realidade concreta. Talvez seja por isso que determinados governos e grupos tenham dificultado a sua execução”, reflete.

 

Recenseadores da Maré

 

Raquel Ferreira nasceu e cresceu na Nova Holanda e hoje está atuando como Agente Censitário Supervisor de uma das equipes de recenseadores da Maré, na área Nova Holanda. É sua primeira vez trabalhando no Censo, trabalho que sempre teve vontade de fazer. “Como estava em uma empresa privada há muito tempo, fiquei insegura de largar tudo, mas agora estou super feliz de participar, pois sempre soube da importância da pesquisa na comunidade”.

Raquel destaca ainda ser moradora da Maré como um importante diferencial para exercer o trabalho de supervisão da área onde mora, e isso é também um ganho à equipe: “Os recenseadores sabem que quem está supervisionando entende quando relatam alguma dificuldade no acesso ao setor e recenseamento”, atenta.

“Está sendo de extrema importância o apoio da Redes com o IBGE, nos fornecendo espaços físicos de apoio para o nosso trabalho e na comunicação com as demais frentes comunitárias. O morador se sente confiante em saber que o nosso posto de coleta é na Redes”, comenta Raquel.

Os questionários do Censo trazem em seu roteiro uma série de perguntas mais objetivas, como a quantidade de moradores nos domicílios, escolaridade dos membros familiares, questões raciais, rendimentos, ao lado de outras mais profundas, para entender, por exemplo, como é acesso a serviços de abastecimento de água, coleta de esgoto e de lixo, o fornecimento de energia elétrica, entre outras. São elementos como esses que vão ajudar a transformar o território da Maré e de outras partes da cidade.

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