Na última sexta-feira (22), o Espaço Normal realizou a ceia de Natal para pessoas em situação de rua e usuários de álcool e outras drogas, público atendido pelo equipamento da Redes da Maré. A partir do esforço da equipe, da mobilização dos parceiros e dos normais, foi possível realizar um lindo evento de finalização do ano e de celebração do Natal.
Foram mais de 180 pessoas que passaram pelo Espaço e que puderam almoçar, dançar e curtire juntos a comemoração. A realidade da maioria das pessoas atendidas pelo Espaço Normal é de pessoas que tiveram seus laços familiares rompidos. Festas de final de ano são tradicionalmente um momento de celebração, partilha e solidariedade. Para pessoas usuárias de drogas e em situação de rua, essa celebração pode ter uma importância ainda maior, pois oferece não apenas alimentação, mas também um sentido de pertencimento, dignidade e esperança.
Por isso, o momento da celebração em conjunto é tão importante para o público atendido, uma vez que a equipe e os apoiadores se empenham em criar um espaço onde os Normais se sintam homenageados e possam também relembrar dos momentos especiais que passaram antes de estarem em situação de rua.
Foto: © Douglas Lopes
“A ceia é um momento muito esperado para os Normais. Durante a organização há uma grande mobilização dos frequentadores, tecedores, moradores e comerciantes locais para transformar esse dia em uma grande confraternização. A equipe, por sua vez, se dedica em preparar o que é servido, pensando no cardápio de Natal, roupas e o mais importante que é o carinho e a atenção a todos”, afirmou a coordenadora do Espaço Normal, Elivanda Canuto.
A ceia acontece desde 2018, ano de inauguração do Espaço Normal, e tem como principal objetivo dialogar com o projeto e pautar uma agenda positiva sobre práticas de redução de danos e políticas de cuidado a pessoas que usam crack, álcool e outras drogas, a partir da convivência, estimulando a criação de vínculos, diálogos, acolhimento e promoção do autocuidado.
Embora essas comemorações sejam uma ação positiva, é importante reconhecer que elas não resolvem os problemas estruturais que contribuem para a falta de moradia e o vício em drogas. São necessárias abordagens mais abrangentes, como políticas públicas eficazes, acesso a serviços de saúde mental, programas de reabilitação e moradia acessível para abordar as causas desses problemas sociais.
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