PROJETO

Nos últimos anos, a Redes da Maré vem aprofundando o conhecimento da instituição sobre saúde mental por meio do desenvolvimento de projetos, pesquisas e ações para os mais de 140 mil mareenses, entre eles, o estudo Construindo Pontes (2020) e a Semana de Saúde Mental da Maré (realizada desde 2021).

 

No atendimento ao público, a instituição incorporou profissionais de psicologia em diversas frentes de atuação, permitindo espaços de acolhimento para vítimas de violência e violações, mas também ampliando o olhar das equipes técnicas sobre as várias dimensões das demandas dos moradores, como na Casa das Mulheres da Maré, Espaço Normal e Maré de Direitos.

Em parceria com a Fundação Tide Setubal e a Coordenadoria Geral de Atenção Primária - CAP 3.1, a Rede de Apoio em Saúde Mental no Conjunto de Favelas da Maré vai realizar, durante um ano, formações, práticas e promoção de saúde mental através de oficinas e atividades, além de articulações com o objetivo principal de ampliar práticas de saúde mental em todo o território.

E que exemplos são esses?

 

• Saúde Mental, violência e estratégia de cuidado

• Saúde Mental e práticas antirracistas

• Saúde Mental e desmedicalização

• Saúde Mental e promoção de saúde em território de favela

 

Foto 1: O projeto Maré de Direitos, do eixo Direito à Segurança Pública e Acesso à Justiça, realiza atendimento sociojurídico e psicossocial para os mareenses, além de acolhimento e orientações sobre demandas cotidianas, acesso a direitos e situações de violência.

Foto 2: 5ª edição do Fórum sobre Drogas na Maré, realizado em maio de 2022. Criado pelo Espaço Normal em 2016, a iniciativa surgiu com intuito de fortalecer a rede de cuidado e saúde para o atendimento da população em situação de rua e pessoas que fazem uso abusivo de álcool e outras drogas na Maré.

A chegada da pandemia em 2020 impôs a governos, instituições e cidadãos novos desafios. Os impactos foram diversos, desde a perda de condições materiais até o agravamento das questões de saúde mental.

Nesse contexto, a Redes da Maré recebeu muitas demandas dos moradores para atendimento psicológico e, a partir disso, articulou três diferentes estratégias. A primeira foi possibilitar o atendimento on-line, através do WhatsApp, garantindo a manutenção do acolhimento e possibilitando orientações para esse período. A segunda foi a parceria com a SAS Brasil, especialista em telessaúde que além do atendimento médico ofertou também o atendimento psicológico. Por fim, através da articulação institucional, os Centros de Atendimento Psicossocial (CAPS) foram apoiados para terem equipes no território de forma mais constante, acompanhando usuários que não conseguiam chegar às unidades, mas também ampliando para outras pessoas.

 

 

 

Texto alternativo: Infográfico que mostra alguns dos resultados do projeto Conexão Saúde, responsável por realizar 15.638 consultas em telessaúde e 3.775 delas foram psicológicas.

LEIA O DOCUMENTO COMPLETO AQUI (PDF)

 

 

 

Texto alternativo: Infográfico que apresenta dados sobre o impacto da violência armada na Maré: 31% dos moradores entrevistados tiveram sua saúde mental afetada pela violência, e nas cenas de uso, 67% das pessoas em situação de rua estiveram em meio a um tiroteio (muito superior aos 44% da população domiciliada nas favelas da Maré).

Fonte “Análises: Sáude Mental nas Favelas da Maré” - 2ª Edição, Fevereiro de 2023

LEIA O DOCUMENTO COMPLETO AQUI (PDF)

No entanto, o cenário já era precário desde 2019, quando as equipes de saúde da família tiveram atrasos salariais, demissões e faltas de insumos básicos para o funcionamento adequado, reduzindo a cobertura da Atenção Básica à Saúde naquele ano para 50%. Foi nesse contexto que a pandemia começou, sem condições estruturais para prevenir o agravamento na saúde mental. Somado a essa falta de infraestrutura, no Conjunto de Favelas da Maré só havia uma equipe do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF) para matriciar (atender) as sete unidades de saúde presentes.

Hoje, há três equipes do NASF na região, mas a equipe da Redes da Maré tem acompanhado com preocupação a falta de investimento na área da saúde mental e suas consequências. Faltam equipes do Núcleo de Apoio à Saúde da Família (NASF), responsáveis pelo matriciamento, e os próprios Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) carecem de infraestrutura, atendendo moradores em situações precárias, sem condições adequadas, sem insumos e sem a equipe necessária para a realização da política de saúde mental. Vale reforçar que o Conjunto de Favelas da Maré não tem um equipamento especializado em saúde mental para adultos, há apenas os espaços localizados nas redondezas (CAPSi II Visconde de Sabugosa , CAPS II - Centro de Atenção Psicossocial Carlos Augusto Magal e CAPSad III Miriam Makeba).

Nesse sentido, a Rede de Apoio em Saúde Mental contribuirá na construção de estratégias que dialoguem com a alta demanda de atendimento em saúde mental que permanece, com o fortalecimento de equipamentos públicos - como os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS), Centros de Atenção Psicossocial álcool e outras drogas (CAPS ad), Centros Especializados para População em Situação de Rua (Centro POP), entre outros.

Foto 01: Equipe móvel de testagem no Ciep Ministro Gustavo Capanema, um dos locais de testagem de covid-19 do Conexão Saúde.

Foto 02: Centro de Testagem de covid-19 do Conexão Saúde, no Galpão Ritma, uma parceria da Redes da Maré com a SAS Brasil e a Dados do Bem.

VEJA AS TRÊS FRENTES DE ATUAÇÃO DA REDE DE SAÚDE EM APOIO MENTAL:

 

Formação (5 meses)

Ciclo de encontros e formações para profissionais das unidades de saúde, que terão como produto uma cartografia/mapa territorial dos dispositivos de saúde do território que poderão ser pontos de apoio e promoção da saúde mental, compreendendo locais de esportes, lazer, atendimento, etc.

Oferta de práticas e promoção da saúde mental (5 meses)

Oficinas e atividades físicas serão desenvolvidas em parceria com as unidades de saúde, com apoio de profissionais externos.

Encontros de articulação com equipamentos públicos de saúde (1 mês)

Alinhamento com esses atores sobre a continuidade das práticas desenvolvidas no projeto de forma permanente, a partir de dados e índices que também serão levantados pelos profissionais envolvidos durante as práticas.

EQUIPE:

Supervisão: Rodrigo Pereira

Coordenação: Fernanda do Vale

 

PARCEIRO APOIADOR:

Fundação Tide Setúbal

7 unidades de saúde do Conjunto de Favelas da Maré:

Centro Municipal De Saúde - CMS João Cândido (Marcílio Dias)

CMS Américo Veloso (Praia de Ramos)

CMS Augusto Boal (Morro do Timbau)

CMS Vila do João (Vila do João)

Clínica da Família Diniz Batista dos Santos (Parque União)

CF Jeremias Moraes da Silva (Nova Holanda)

CF Adib Jatene (Vila dos Pinheiros)

 

A partir de julho, os encontros foram iniciados em todas as unidades, todas as terças- feiras, às 14h.

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