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Kamila Camillo

O olhar pelo cuidado


Esta é a coluna Quem Tece a Redes, um compilado das histórias de pessoas que constroem a nossa organização e que tecem todos os dias o que fazemos de melhor: ações e projetos para moradores da Maré. Conheça aqui essas histórias, trajetórias, experiências e a própria história da Redes da Maré - e como esse trabalho e os desafios enfrentados a partir da pandemia os têm transformado.

Kamila Camillo, 31 anos, é ‘cria’ da Maré e também da Redes. É moradora da Vila dos Pinheiros, mas foi na região mais conhecida como “Tijolinho”, na Nova Holanda, que passou a maior parte da vida. Depois de ter feito os cursos Preparatório para o 9º ano e Pré-Vestibular, ambos da Redes da Maré, veio trabalhar com a gente como secretária e agora integra, como psicóloga, o eixo Educação. Foi uma experiência na família, de síndrome do pânico, o principal fator para a sua escolha acadêmica e profissional. 

 

Para Kamila, a psicologia atravessa todas as outras atividades que desenvolve, como a fotografia, sua grande paixão. Na Campanha Maré diz NÃO ao Coronavírus, conseguiu unir as duas atividades que mais gosta. Ela começou a atuar na organização e distribuição das cestas básicas e kits de limpeza e na digitação dos cadastros, até somar psicologia à fotografia em uma só ação: os registros fotográficos das entregas e a colheita de depoimentos de famílias. “Foi onde presenciei não só as entregas, como também as histórias”.

Kamila guarda muitos momentos sobre a pandemia e a campanha, que a transformaram. “O trabalho da Redes da Maré sempre tem um impacto no território, sempre vem para balançar algumas estruturas”. Ela acredita que durante esse período de campanha as pessoas entenderam que a Redes não é só um dispositivo que fica em determinado espaço da favela, é um lugar de acolhimento. Kamila destaca que a organização se transformou para combater o coronavírus, “foi criando vida e sentido” para as ações pensadas. “A Redes é uma mãe”, comenta”.

No futuro, a tecedora espera que as demandas mais emergenciais da população da Maré sejam atendidas. E lembra: “dentro dessa campanha eu vi a fome gritando de uma maneira muito forte”. O desejo da mareense para um momento pós-pandemia é que essa fome, que ela viu de perto, não exista mais. Kamila, vamos juntos nessa!

 

 

 

 

Rio de Janeiro, 10 de novembro de 2020.

 

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