Esta é a coluna Quem Tece a Redes, um compilado das histórias de pessoas que constroem a nossa organização e que tecem todos os dias o que fazemos de melhor: ações e projetos para moradores da Maré. Conheça aqui essas histórias, trajetórias, experiências e a própria história da Redes da Maré - e como esse trabalho e os desafios enfrentados a partir da pandemia os têm transformado.
Segundo Carlos, ele herdou do pai a característica de agregar pessoas. Já o senso político e ativista, da mãe, que participou inclusive da nossa importante e histórica “Chapa Rosa’. Pela experiência pessoal e também pela profissional, ele destaca o poder de influência que uma estrutura familiar tem na trajetória de crianças e adolescentes. O esporte também exerceu um papel muito significativo na vida do produtor, que lembra que frequenta a Vila Olímpica da Maré desde seus 11 anos. A noção de coletividade e colaboração vem dessa época, dos dois pilares na vida de Carlos - o esporte e a família, e ressoam muito no que hoje ele desenvolve como projeto profissional e prática pessoal: “não gosto de fazer nada sozinho, é muito mais potente e interessante quando a gente faz as coisas coletivamente”.
O gestor cultural fala sobre a importância de construir trabalhos que deem protagonismo às pessoas pretas, LGBTI e jovens de favelas e espaços periféricos: “meu trabalho dentro da Redes da Maré tem muito a ver com sacudir essas pessoas para que elas vejam as suas próprias potências”, comenta. No trabalho de conselheiro tutelar, que ele considera um marco em sua vida, Marra vê a possibilidade de acessar ferramentas para garantir o que já vinha realizando no trabalho com crianças e adolescentes.
Na campanha Maré diz NÃO ao Coronavírus, Carlos chegou logo no início, e trabalhou em algumas frentes: no recebimento dos insumos no Centro de Artes da Maré, na entrega de cestas básicas e nas entrevistas sociais. Sobre o trabalho desenvolvido pela organização: “a campanha fez com que a Redes chegasse em lugares e territórios que não tinha chegado antes”. Enquanto tecedor, Carlos acredita que podemos agregar mais aos moradores para que eles sejam protagonistas dos nossos projetos a partir da experiência com a campanha.
O que fica de aprendizado e expectativa para o futuro para Carlos é o autocuidado. Ele destaca o quanto é comum ver pessoas que trabalham com assistência ou com o cuidado com o outro esquecendo do autocuidado. A pandemia e a necessidade de trabalhar e olhar para o próximo o fez priorizar também o fortalecimento pessoal. Ele espera que cada vez mais a favela ocupe espaços de poder e de tomada de decisão “para que a gente mude efetivamente muitas coisas que estão sendo distribuídas de forma desigual e que não chegam para a nossa população”.
Rio de Janeiro, 24 de novembro de 2020.
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