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Paulinho

Família que incentiva


Esta é a coluna Quem Tece a Redes, um compilado das histórias de pessoas que constroem a nossa organização e que tecem todos os dias o que fazemos de melhor: ações e projetos para moradores da Maré. Conheça aqui essas histórias, trajetórias, experiências e a própria história da Redes da Maré - e como esse trabalho e os desafios enfrentados a partir da pandemia os têm transformado.

Paulinho, como é conhecido por nós, fez 53 anos recentemente. Nasceu na Nova Holanda, na rua 4. Com a perda do pai ainda bem jovem, passou um tempo morando fora, mas voltou em 1994. Chegou a morar na Vila do João e na Vila dos Pinheiros com os irmãos, para retornar à Nova Holanda, onde vive até hoje. Na Redes da Maré, ele começou em 2007, quando o prédio recém reformado ainda estava sendo organizado para o início das atividades: “Cheguei no dia 10 de fevereiro, véspera do Carnaval, as salas ainda estavam todas empoeiradas, um monte de cadeiras”. A família de Paulinho é grande como a de tantos mareenses. Mas certamente, para ele, cresceu com os amigos que fez durante esses 13 anos de trabalho na Redes da Maré. Na conversa para esse ‘Quem tece’, ele citou diversos tecedores que fizeram e fazem parte de sua vida em diversos momentos.   

 

Alguns professores e colaboradores foram os maiores incentivadores para que ele buscasse realizar um sonho pessoal e também da falecida mãe: a graduação. Porém, apesar de estar indo bem, abandonou o Curso Pré Vestibular por conta de questões pessoais. A vontade era de cursar Geografia ou Administração “trabalhando na Redes você vai vendo outras possibilidades”. Paulo destacou a importância do trabalho da ONG com o Curso Pré Vestibular, que ajudou muitos jovens a entrarem na faculdade e garantirem melhores condições de vida para si e muitas famílias: “hoje tem casas aqui que tem 3 ou 4 cursando a faculdade por conta do trabalho da Redes”. Esse ano ele se inscreveu no ENEM e não pretende desistir do sonho. Paulinho atualmente é um importante braço de apoio da Lona Cultural Municipal Herbert Vianna, administrada pela Redes da Maré.

Durante a campanha, atuou como suporte fixo na Lona, que também funcionou como base para distribuição de cestas básicas. “Eram centenas de famílias, mas atendemos todos com muita atenção e carinho, como sempre fizemos na organização. Foi maravilhoso! Foi um momento em que a gente começou a refletir e se aproximar do próximo, porque parece que as pessoas não se preocupavam com o que o próprio vizinho estava passando ou precisando”, reforçou.

Apesar do momento de incertezas, não só com a pandemia mas também pelas graves questões ambientais e de intolerância (como o racismo e o machismo), para o futuro, a expectativa de Paulo é de que as pessoas sigam se cuidando e cuidando do outro, que as coisas melhorem e que o trabalho de organizações como a Redes da Maré se fortaleça “se não tiver alguém pra resistir, a tendência seria piorar.”

 

 

 

 

Rio de Janeiro, 08 de dezembro de 2020.

 

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