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Suelem Carvalho

Dançando em um ritmo diferente


Esta é a coluna Quem Tece a Redes, um compilado das histórias de pessoas que constroem a nossa organização e que tecem todos os dias o que fazemos de melhor: ações e projetos para moradores da Maré. Conheça aqui essas histórias, trajetórias, experiências e a própria história da Redes da Maré - e como esse trabalho e os desafios enfrentados a partir da pandemia os têm transformado.

Suelem Carvalho (22) é uma dançarina cria da Vila do João. O interesse pela dança surgiu ainda na infância, e foi o que a trouxe para perto da Redes da Maré: um amigo a indicou às aulas da Escola Livre de Dança da Maré, que acontecem no Centro de Artes da Maré. Em 2016, Suelem ingressou na turma no Núcleo 1 (turma aberta aos moradores com oficinas contínuas de dança de salão, dança de rua, dança contemporânea, ballet, yoga, consciência corporal e danças afro-brasileiras) e, pouco tempo depois, participou de uma audição para integrar o Núcleo 2 (aulas técnicas, profissionais e artísticas para jovens da Maré).


Logo no início da pandemia, Suelem se voluntariou para trabalhar na entrega de cestas com a campanha ‘Maré diz NÃO ao Coronavírus’. Além da entrega, ela trabalhou atendendo moradores, realizando cadastros e descarregando os caminhões que chegavam com os insumos. Com o fim das entregas e a criação do Conexão Saúde: de olho na covid, Suelem foi convidada a participar do projeto como comunicadora do território, informando moradores sobre a realização dos testes gratuitos, o teleatendimento e também o apoio às famílias com casos de covid. “A campanha ‘Maré diz NÃO ao Coronavírus’ nos fez ter novas perspectivas, nos direcionou para um outro olhar, nos fez entender a importância de ter políticas públicas voltadas para esse povo - para as pessoas da favela”, comentou.

Apesar de participar do Núcleo 2 e já ter sido aluna do curso de Educação para Jovens e Adultos (EJA) da Redes da Maré, ela contou que a campanha trouxe também a oportunidade de ter maior dimensão do trabalho desenvolvido pela organização e o papel dela como tecedora desse trabalho: “isso ampliou meu olhar de que eu posso, de que meu corpo pode ocupar vários lugares para além da dança, e que eu posso dançar em formas diferentes, em um ritmo diferente, para fora dos palcos”.

Suelem comentou que o que mais a marcou nesse processo com a campanha foi o valor e a importância que os moradores davam ao trabalho desenvolvido pela equipe, sobretudo com a entrega de cestas básicas. “A Redes ganhou uma nova dimensão, colocou uma semente que vai dar frutos inimagináveis agora e espero que eu seja um desses frutos que faça diferença na vida das pessoas”, complementa. “Que a gente tenha uma população mais consciente com relação ao cenário político que vivemos, sabendo a importância de escolher bem em quem votar. Não votar pensando nas dificuldades do agora, pensar no impacto que aquela escolha vai ter nas nossas vidas. Uma população mais consciente em relação ao seu lugar como cidadão.” Foi o que Suelem compartilhou sobre sua expectativa para o futuro e o pós pandemia, finalizando esse olhar de “quem tece”.

 




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