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Elisangela Rangel

Acompanhando o desenvolvimento da Maré


Esta é a coluna Quem Tece a Redes, um compilado das histórias de pessoas que constroem a nossa organização e que tecem todos os dias o que fazemos de melhor: ações e projetos para moradores da Maré. Conheça aqui essas histórias, trajetórias, experiências e a própria história da Redes da Maré - e como esse trabalho e os desafios enfrentados a partir da pandemia os têm transformado.

Elisangela Rangel (40) nasceu no Hospital Federal de Bonsucesso na década de 80. Ela é filha de um carioca que, como muitos, veio morar na Maré por conta da remoção da Favela do Esqueleto (espaço onde existe atualmente a Universidade Estadual do Rio de Janeiro - UERJ), e uma paraibana. Elisangela participou do Curso Pré Vestibular da Redes da Maré, fez curso de línguas, sempre participou de atividades e ações, e conta que acompanha as lutas que movem a organização até mesmo antes disso tudo, desde sua infância.

Uma das memórias mais antigas da mareense é a participação do pai e tia nas reuniões que aconteciam na Escola Nova Holanda, convocada por mulheres e moradores da Maré para organização e mobilização das lutas por melhores condições de vida para o território. Desde então, ela acompanha o trabalho da Eliana Sousa, diretora da Redes da Maré. Para ela, essas mobilizações são responsáveis pelo notável desenvolvimento da Maré: “eu lembro quando aqui só existiam 6 favelas: Parque União, Nova Holanda, Baixa, Morro do Timbau, Vila do João e Vila dos Pinheiros. Tínhamos muito pouco. Não existia acesso a equipamentos, como por exemplo a Vila Olímpica, e sei que isso tudo foi resultado da luta dessas pessoas”.  

Em 2013, quando buscava oportunidades de trabalho, entrou na equipe do nosso setor administrativo e financeiro, onde continua atuando. Na campanha, continuou trabalhando com as atividades do setor que foi um dos que não parou durante a pandemia. Também colaborou na digitação dos cadastros das famílias que receberam cestas, kits de limpeza e na distribuição de álcool em gel.

No início da pandemia, foi acometida pelo vírus. “A gente dá mais importância às coisas simples, aos pequenos detalhes”. Apesar de não ter confirmação pelo teste, teve todos os sintomas da covid-19, e como mora com a mãe, que é idosa, diabética, cardíaca e hipertensa, teve muito medo. 

Sobre a atuação da Redes da Maré durante o período da pandemia, Elisangela destaca: “foi um trabalho de excelência, se não fosse a Redes, muitas famílias estariam passando fome.” Ela se preocupa com a situação atual dessas famílias e os desafios que podem surgir nos próximos meses, sem políticas públicas que auxiliem e garantam o mínimo para a sobrevivência, como foi o auxílio emergencial do Governo Federal. “Eu só acredito na mudança pela luta dos moradores e organizações daqui que buscam pela nossa qualidade de vida”, destaca. 

 




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