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Liliane Santos

Sempre presente na trajetória


Esta é a coluna Quem Tece a Redes, um compilado das histórias de pessoas que constroem a nossa organização e que tecem todos os dias o que fazemos de melhor: ações e projetos para moradores da Maré. Conheça aqui essas histórias, trajetórias, experiências e a própria história da Redes da Maré - e como esse trabalho e os desafios enfrentados a partir da pandemia os têm transformado.

Liliane Santos (32), é cria da Maré (da Baixa do Sapateiro) e já começa o papo desse ‘Quem tece a Redes’ falando sobre a importância do território na formação da sua identidade. A assistente social trabalhou em outras favelas como Acari e Vila Cruzeiro, mas retornou para a Maré em 2018 para desenvolver o trabalho com o Eixo Direito à Segurança Pública e Acesso à Justiça. Liliane é uma das tecedoras da Redes da Maré que acompanhou boa parte do processo de construção e desenvolvimento das nossas lutas: trabalhou e fez parte de diversos projetos e também reconhece a importância da Redes da Maré na sua trajetória.

Liliane foi jovem aprendiz, técnica na equipe de monitoramento e avaliação, entrevistadora do censo de empreendimentos, supervisora de campo, digitadora, técnica de extração e análise de dados, estagiária, assistente social e atualmente é coordenadora do Maré de Direitos, projeto do Eixo Direito à Segurança Pública e Acesso à Justiça que busca interferir nas práticas sociais que dificultam o acesso à justiça das moradoras e moradores das Maré. Como aluna, participou das oficinas do programa de criança da Petrobras, fez preparatório para as escolas técnicas e foi aluna do pré vestibular. “A redes sempre esteve presente na minha trajetória de vida", destaca.

A escolha profissional também teve ligação com o trabalho da Redes da Maré. Quando aluna, a família foi acompanhada por assistentes sociais que acolheram um cenário que fragiliza muitas estruturas familiares em favelas e periferias: o alcoolismo. Ela lembra do processo de fortalecimento da autonomia da mãe, ajudado pelas profissionais.”Eu também queria fazer a diferença na vida das pessoas, às vezes a pessoa que chega para atendimento não precisa de muito, precisa de uma palavra, precisa ser ouvida e foi assim minha inspiração pela profissão.

"Acredito na potência institucional da Redes, vivi muitas coisas marcantes nessa organização, mas nada se compara à experiência da Campanha Maré diz NÃO ao Coronavirus”. Para Liliane, essa campanha veio à tona para nos mostrar o quanto o trabalho da Redes da Maré e a capacidade de se reinventar durante os desafios pode nos surpreender. “Foi impressionante como em pouco tempo as equipes se organizaram e conseguiram construir métodos de atendimento aos moradores que nem existiam. Essa experiência foi surpreendente”. Na campanha, ela trabalhou na produção das listas de entregas, na organização das equipes e no atendimento aos moradores. “Estar presencialmente no fronte sempre me fazia pensar que não tínhamos escolha, pois diversas famílias dependiam do que estávamos fazendo naquele momento, ali tínhamos a dimensão do quão necessário era esse trabalho”.

Para um momento pós pandemia, a assistente social espera que não esqueçamos apenas do quanto perdemos, mas também do quanto aprendemos. “Lavar as mãos nunca foi tão importante, pensar em higienização, pensar em desemprego, em fome e em tudo que se complexificou durante a pandemia” e conclui: “não esquecer nos preparará para outros desafios, mas sobretudo não esquecer sempre mostrará para a Redes da Maré o quanto é fundamental e necessário se reinventar diante dos desafios que surgirem daqui pra frente."

 




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