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Patricia Vianna

Memória e reconhecimento


Esta é a coluna Quem Tece a Redes, um compilado das histórias de pessoas que constroem a nossa organização e que tecem todos os dias o que fazemos de melhor: ações e projetos para moradores da Maré. Conheça aqui essas histórias, trajetórias, experiências e a própria história da Redes da Maré - e como esse trabalho e os desafios enfrentados a partir da pandemia os têm transformado.

Patricia Vianna (67) é educadora e uma das importantes memórias da Redes da Maré. Chegou na organização no fim do ano 2000 para trabalhar no Programa Criança Petrobrás (PCP), realizado na época com a Secretaria Municipal de Educação e com a Petrobras. O convite para participar do projeto veio da mãe de um aluno da escola onde trabalhava, mas o encontro com o território surgiu espontaneamente e perdura até hoje.

O que Patrícia conhecia da Maré, na época, era o que a mídia propagava - a violência e a ausência: “o que mais me marcou foi ver esse potencial humano enorme, dentro da Maré”, conta. Participar do Programa Criança Petrobrás também foi um marco na vida da educadora: “foi muito importante pra mim porque ele acontecia em várias favelas diferentes, então me fez conhecer de fato a Maré como ela é, conhecer a população, os moradores, um pouco da história de cada uma das comunidades e de fato quais são às demandas desse território”.

Depois dessa experiência Patrícia já colaborou com o trabalho de alguns eixos da Redes da Maré: fez parte do corpo da direção, foi secretária geral e atualmente coordena a articulação dos projetos em parceria com o Colégio João Borges de Moraes e o Curso de Espanhol, pelo Eixo Educação. Já pelo Eixo Direito à Segurança Pública e Acesso à Justiça coordena o Curso Falando Sobre Segurança Pública e colabora com os plantões em dias de operações policiais. “A gente vê que a falta da segurança pública interfere diretamente na vida das pessoas. É preciso que o estado do Rio de Janeiro repense suas estratégias de atuação dentro das favelas”.

Na campanha ‘Maré diz NÃO ao Coronavírus’, ela trabalhou realizando ligações, verificando endereços, agendando entregas de cestas básicas e kits de higiene e limpeza, além de fazer entrevistas sociais com moradores. Para ela, esse contato direto, mesmo que remoto, foi o que mais marcou o trabalho. “Vi como o trabalho da Redes foi marcante, gratificante e importante nesse período da campanha. Entendo e gostaria que nem fosse necessária a existência de uma instituição como a Redes, que o poder público deveria estar fazendo esse trabalho.”

Para o futuro, Patrícia espera que a Redes da Maré continue trabalhando pela garantia dos direitos da população das 16 favelas da Maré. “Espero que a gente continue nosso trabalho, como a gente sempre fez, tentando contribuir para a garantia desses direitos para a população”.

 




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