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Lorena Froz

Infância na Biblioteca


Esta é a coluna Quem Tece a Redes, um compilado das histórias de pessoas que constroem a nossa organização e que tecem todos os dias o que fazemos de melhor: ações e projetos para moradores da Maré. Conheça aqui essas histórias, trajetórias, experiências e a própria história da Redes da Maré - e como esse trabalho e os desafios enfrentados a partir da pandemia os têm transformado.

A jovem Lorena Froz (19) nasceu em Belém do Pará, e chegou na Maré ainda bebê. A família, natural do interior do Maranhão, buscava melhores condições de vida e oportunidades de emprego. Durante boa parte da infância, morou na Rua São Jorge, na Nova Holanda, e depois na Rua Principal, ambas bem próximas da sede da Redes da Maré. “A maior parte das minhas lembranças são com a Redes”, conta.

O primeiro contato que Lorena lembra de ter tido com a organização foi aos 9 anos. “Conheci a Redes no ano em que a Biblioteca Escritor Lima Barreto abriu. Na época em que nem existia ainda a sala de leitura infantil”. A jovem conta sobre sua paixão pela leitura e a dificuldade no acesso a livros, pois além do custo elevado, não existia, até então, uma biblioteca no território: “passei a ir todos os dias para a biblioteca. Na época eu já tinha lido quase todos os livros da sessão infanto-juvenil”.

Depois dessa intensa aproximação com a organização, ela não se afastou mais. Fez o Curso de inglês, de espanhol, de grafitti e de desenho. Lorena resolveu, então, se matricular no nosso Curso Preparatório para o Ensino Médio, uma decisão que gerou impactos positivos em sua vida acadêmica: em 2017 iniciou o Curso Técnico em Meio Ambiente no Colégio Pedro II.

Nos últimos anos, Lorena participou também do Festival WOW - Mulheres do Mundo, fazendo intervenções artísticas; do Projeto CRIA, quando conheceu o EcoMaré e o Muda Maré; e do Encontro de Saneamento na Maré, onde teve a oportunidade de conhecer profissionais que trabalhavam com sua pauta favorita. Em 2020, foi convidada para retornar aos espaços dos preparatórios da Redes da Maré, mas neste momento, como Educadora Ambiental do projeto: “Foi muito legal! Fiquei com o coração quentinho de dar esse retorno.”

Logo no início da campanha ‘Maré diz NÃO ao Coronavírus’, Lorena também chegou junto para dar apoio: trabalhou na distribuição de cestas básicas e kits de higiene, no call center, colhendo informações e mantendo contato com moradores. Com o fim da campanha, participou do Lab de Memórias Ambientais, uma iniciativa que trouxe a importante pauta para o contexto de jovens da Maré, além de participar do Edital Maré que Queremos.

Atualmente, Lorena segue também na equipe do Maré Verde, projeto da Redes da Maré que tem como objetivo contribuir com a luta pela justiça ambiental por meio de diferentes abordagens. A jovem destaca o quanto a precariedade do saneamento básico na Maré contribuiu negativamente com o avanço da disseminação do vírus nesse momento de pandemia. “Tem gente aqui que até hoje não tem água encanada. Estamos em 2021 e ainda tem gente morrendo de doenças decorrentes da falta de saneamento e a gente só foi se dar conta disso recentemente. Espero muito que em um pós pandemia as pessoas continuem se preocupando com o meio ambiente como estão se preocupando agora.”

 




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