Esta é a coluna Quem Tece a Redes, um compilado das histórias de pessoas que constroem a nossa organização e que tecem todos os dias o que fazemos de melhor: ações e projetos para moradores da Maré. Conheça aqui essas histórias, trajetórias, experiências e a própria história da Redes da Maré - e como esse trabalho e os desafios enfrentados a partir da pandemia os têm transformado.
Foi em uma das articulação do Movimentos que Luna conheceu o trabalho ainda em construção do Espaço Normal. Logo em seguida, em maio de 2018, veio trabalhar no espaço para estruturar essa metodologia e relatou sua experiência:
“O trabalho no Espaço Normal é profundo. Trabalhar com pessoas que estão em situação de extrema vulnerabilidade exige ressignificar o nosso olhar, reconhecendo as especificidades e potenciais de cada um”. Para Luna, o processo de trabalho com o Espaço Normal possibilita uma escuta e visibilidade dos desejos e das demandas dessa população.
Na campanha ‘Maré diz NÃO ao Coronavírus’, logo no início, ela trabalhou na entrega de cestas básicas e kits de higiene e quentinhas, e depois na articulação com Clínicas da Saúde, devido ao vínculo já construído com esses equipamentos públicos no território, antes da pandemia. Ajudou na construção do ‘Boletim De Olho no Corona’, e na criação da plataforma de atendimento online da Redes da Maré, que possibilitou um avanço muito importante na sistematização da comunicação com os moradores.
Com as cada vez maiores demandas de moradores por cuidados em saúde, a Redes da Maré também mobilizou parceiros para a criação do ‘Conexão Saúde: de olho na covid’, e a Luna foi peça fundamental nesse processo. “A organização da campanha exigiu muito esforço de todos os tecedores. Mas também produziu uma sensação de entrega. Na Redes, tive a oportunidade de sentir que a minha energia estava sendo útil para um trabalho de transformação, de impacto!”. Atualmente o projeto oferece testagem gratuita, teleatendimento médico e um programa com cuidados para o isolamento seguro de moradoras e moradores da Maré.
Pensando nos próximos passos, Luna acredita que “a Redes deve aproveitar a visibilidade já constituída, o envolvimento dos novos parceiros, para expandir suas ações e incidências para que os moradores da Maré tenham seus direitos garantidos”. Mas a expectativa da assistente social para os próximos meses ainda é de muito sofrimento e perdas. “Estamos tendo uma falta de coordenação a nível federal gigantesca que tem impactos negativos para a população de todo o Brasil. Espero que tudo isso que estamos vivendo agora nos dê forças e subsídios para seguir lutando e não permitir que isso aconteça novamente.”
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