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Henrique Gomes

Pertencimento e articulação


Esta é a coluna Quem Tece a Redes, um compilado das histórias de pessoas que constroem a nossa organização e que tecem todos os dias o que fazemos de melhor: ações e projetos para moradores da Maré. Conheça aqui essas histórias, trajetórias, experiências e a própria história da Redes da Maré - e como esse trabalho e os desafios enfrentados a partir da pandemia os têm transformado.

Henrique Gomes (38) é assistente social em formação pela Escola de Serviço Social da UFRJ. Peixes com a lua em gêmeos, como pediu que registrássemos. Apesar de carioca, é filho de dois paraibanos, de Massaranduba, como tantos moradores da Maré. Foi aluno do Curso Pré-Vestibular (CPV) em 2009 e se interessa desde sempre por pesquisas e música, o que fortaleceu uma importante capacidade de articulação territorial, que representa muito o trabalho de Henrique na Redes da Maré e em todo o território.


Desde de que acessou a Redes da Maré por meio do CPV, foram muitas as experiências: entre outras, foi distribuidor, articulador e coordenador de Distribuição do jornal Maré de Notícias, assistente de produção e produtor na Lona Cultural e na ECOM, articulador dos projetos Maré sem Fronteiras e Maré que Queremos, pesquisador no Núcleo Memórias e Identidades da Maré, redutor de danos do Espaço Normal, e agora é coordenador da frente de Isolamento Seguro do projeto Conexão Saúde.

As primeiras lembranças e sentimentos sobre o território são sobre pertencimento: “uma relação de compartilhamento, com os vizinhos, amigos, parentes. A sensação de estar com alguém, da relação de comunidade é muito forte. Minhas primeiras lembranças são de cuidado coletivo”. Por isso, conta Henrique, foi muito natural trabalhar na Redes da Maré, já que foi um local importante para o processo de formação como morador.

Para o articulador, é marcante a possibilidade de vivenciar o impacto do próprio trabalho da Redes da Maré. A partir da produção de dados, por exemplo, é possível perceber a mudança local, a melhoria de vida e o impacto direto das ações da organização na vida dos moradores, que são seus próprios vizinhos, amigos e família. ”É um impacto em comunidade, direto”.

Henrique também acompanha a coordenação do eixo Desenvolvimento Territorial da Redes, e destaca: “É importante pensar nesse desenvolvimento do território, e de uma maneira estruturante, que é como a gente pensa o eixo. Pensar no desenvolvimento territorial é pensar em uma mudança de estrutura em saneamento básico, em educação, e outras frentes.

Na campanha ‘Maré diz NÃO ao Coronavírus’, começou trabalhando na distribuição das quentinhas do projeto Sabores e Cuidados, colaborando com a distribuição diária de trezentas refeições nas cenas de uso de drogas da Maré; trabalhou também em um novo modelo de atendimento aos frequentadores do Espaço Normal, na distribuição de álcool em gel e máscaras para moradores da Maré e fortalecendo a comunicação no território, com a colagem de cartazes e articulação com associações de moradores.

Henrique finaliza esse ‘Quem Tece a Redes’ destacando a importância que o trabalho da Redes da Maré tem em dar visibilidade às questões que sempre foram invisíveis ao poder público e à sociedade. “Sobretudo dessa produção de dados, dessa mobilização, de articulação com os serviços públicos, de pensar esse acesso dos moradores da Maré a esses serviços e direitos”.

 

 




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