PROJETO

A Redes da Maré e a Fundação Roberto Marinho, com apoio e financiamento do Instituto Somos e Instituto Humanize, oferecem turmas de Ensino Fundamental e de Ensino Médio de Educação para Jovens e Adultos pela metodologia do Telecurso. O projeto já ofereceu mais de 20 turmas em diversas favelas da Maré, como Nova Holanda, Vila dos Pinheiros, Rubens Vaz e Conjunto Esperança, impactando no retorno de mais de 500 estudantes em suas trajetórias escolares.

O Telecurso foi criado nos anos 70 pela Fundação Roberto Marinho com o objetivo de ampliar o acesso à educação de qualidade pela TV. A partir dos anos 90, uma metodologia presencial foi desenvolvida e desde 1995, mais de um milhão e meio de estudantes se formaram em escolas públicas de 12 estados brasileiros. No Rio de Janeiro, para atender a jovens e adultos que estão fora da escola, a Fundação Roberto Marinho tem uma Escola que adota o Telecurso e está presente no Jacaré, em Manguinhos, no Santa Marta, em Porto da Pedra (São Gonçalo), no Rio Comprido, em Jacarepaguá, além da Maré.

ATUALMENTE

 

 

O projeto teve início em 2018, com mais de 500 inscritos que retomaram suas trajetórias escolares após anos de afastamento das salas de aula, em 2019, mais de 400 estudantes se formaram nos Ensino Fundamental e Médio. Durante o primeiro ano de pandemia, em 2020, a equipe reforçou seu trabalho na manutenção dos vínculos com os egressos do Ensino Fundamental e em 2021 as inscrições para novas turmas retornaram.

Atualmente, o projeto atende 2 turmas de Educação para Jovens e Adultos, pela metodologia do Telecurso, nas Associações de Moradores do Conjunto Esperança e Rubens Vaz. As demais se formaram.

Na Associação de Moradores do Conjunto Esperança acontecem à tarde, de 13h30 às 16h30, e na Associação de Moradores de Rubens Vaz à noite, de 19h às 22h.

Sobre a metodologia do projeto:

 

“Eu sou responsável por todas as disciplinas. Os estudantes assistem às teleaulas e juntos discutimos as disciplinas, construímos os conhecimentos e as atividades sempre em acordo com a filosofia de Paulo Freire. Procuro sempre ficar ao lado do estudante, escutando-o o tempo todo, buscando o diálogo e a escuta sensível na prática.”

Ana Claudia Araújo, professora unidocente da EJA desde 2018 e hoje ensina nas turmas de ensino médio das Associações de Moradores do Conjunto Esperança e de Rubens Vaz

 

Sobre os sujeitos da EJA:

 

“Na prática, algumas vezes, não conseguia estudar por conta da minha situação mental e da falta de internet em casa que nem sempre é boa. Ter concretizado os estudos do ensino fundamental, pra mim, foi muito importante, porque era uma situação que realmente me incomodava. Foi uma experiência única em ver que eu consigo! Foi gratificante saber que a instituição me proporcionou essa oportunidade. A educação é muito importante, pois com conhecimento algumas pessoas te tratam melhor e ninguém te tira.”

Cristina Martins, 50, moradora da Nova Holanda e formanda da turma do Ensino Fundamental de 2021

 

“A EJA é um projeto que eu gosto muito de fazer parte. Ela traz um fôlego novo a tantas pessoas que por muitos anos não sabiam como conseguiriam passar por essa etapa escolar. São muitas histórias de superação e a dedicação dos estudantes mostra como eles acreditam no projeto e acreditam no potencial deles mesmos. É um projeto que, além de enxergar cada pessoa como um ser único, proporciona uma troca muito legal entre todos os envolvidos.” 

Aline Araújo da Silva, moradora da Vila do Pinheiro, professora unidocente da EJA há 4 anos e da Complementação Pedagógica do projeto Nenhum a Menos há 5 anos

 

Sobre os desafios da pandemia:

 

“O grande desafio tem sido manter o engajamento dos alunos que enfrentaram um longo período de ensino a distância, muitos usando apenas o celular. A partir disso, a superação veio de ouvir as suas propostas, do que queriam estudar, do que gostariam de aprender. Ouvindo o grupo, foi possível pensar em estratégias viáveis para que eles não abandonassem os estudos nessa reta final, já que a maioria da turma do ensino médio está matriculada na escola desde 2018. A reconstrução de um projeto de vida para muitos passa por uma sala de aula como as que temos na EJA.” 

Vitor Félix, morador do Parque Maré e atua na EJA desde 2018

 

EQUIPE

Coordenação: Edvânia Ferreira

Educador: Ana Claudia Araújo

 

 

CONTATO EJA

E-mail: eixoeducacao@redesdamare.org.br

WhatsApp Redes da Maré: (21) 99924-6462

 

PRINCIPAIS REALIZAÇÕES

2022

A EJA iniciou 2 (duas) novas turmas de Ensino Médio. No final do ano, foi realizada a formatura de 4 (quatro) turmas: 3 de Ensino Médio, com 53 alunos formados, e 1 de Ensino Fundamental, com 10 alunos formados. | 6 (seis) alunos foram aprovados em vestibulares (3 no ENEM, 2 na UNISUAM e 1 na UERJ). | Foram realizadas atividades externas com as turmas da EJA, como ida ao espetáculo teatral "Morte e vida Severina" com a Companhia Ensaio Aberto no Armazém da Utopia, no centro do Rio de Janeiro; visita das turmas à exposição coletiva "Misturas" no Galpão Bela Maré; exibição do filme "O Debate" mais roda de conversa com os atores Caio Blat, Débora Bloch e Paulo Betti após exibição no Espaço Normal; ida ao AquaRio. | Também foram desenvolvidas rodas de conversas com a equipe social do eixo Educação nas quais foram abordados temas, como: racismo, saúde mental, tipos de violência e perspectivas.

2021

Retomada das aulas presenciais em fevereiro de 2021, com a abertura de 4 (quatro) turmas da EJA: 3 (três) turmas do Ensino Médio e 1 (uma) turma do Ensino Fundamental. A equipe pedagógica e os professores elaboraram um grupo específico de recuperação acompanhada para tirar dúvidas individuais e produzir materiais audiovisuais. | Articulação com outros eixos da instituição para encaminhamentos das demandas psicossociais e sociojurídicas identificadas no acompanhamento, como o apoio do projeto Maré de Direitos e da Casa das Mulheres da Maré. | Formação semanal de modo remoto, buscando contribuir na formação político-pedagógica dos educadores com o intuito de provocar uma reflexão sobre a prática, valorizar as trocas de saberes e desenvolver a perspectiva do professor pesquisador. | 80% dos estudantes da EJA receberam a segunda dose da vacina contra a covid-19, por meio da antecipação da campanha de vacinação iniciada em julho de 2021 no conjunto de 16 favelas da Maré, uma parceria entre a Redes da Maré, a Fiocruz e a Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro. | 70% dos estudantes relataram ter conseguido acompanhar as atividades remotas.

2020

Com a necessidade de isolamento em março de 2020, devido à pandemia do coronavírus, as aulas presenciais da EJA foram suspensas. 150 estudantes estavam em formação e o projeto reforçou a manutenção de vínculos e a comunicação com 90% deles a partir de um grupo em aplicativo de conversa. | A Redes da Maré e os parceiros da EJA uniram esforços para auxiliar os professores que realizaram atividades pedagógicas junto aos projetos do eixo Educação. | Foi feita uma pesquisa de avaliação com os estudantes egressos do Ensino Fundamental, além de adequação da metodologia do Telecurso considerando a modalidade de ensino híbrido. | Os conteúdos que eram disponibilizados no grupo de aplicativo de conversa da EJA, a partir das experiências e contextos de cada professor em 2020, serviram como fonte principal para a produção de reportagens especiais no Maré de Notícias. 

2019

Participação de alunas da EJA no ‘Educação 360’, um encontro internacional que discute a melhoria da educação no mundo, promovido pelos jornais O Globo e Extra, no Museu do Amanhã e no Museu de Arte do Rio (MAR), no Rio de Janeiro. | Aula Pública com a EJA e o Curso Pré-Vestibular na sede da Redes da Maré na Vila dos Pinheiros - CIEP Ministro Gustavo Capanema. |  Realização de visitas e atividades artísticas e culturais em parceria com o espaço Galpão Bela Maré. | Participação da EJA na pesquisa de doutorado de Rosilaine Gonçalves da Fonseca Ferreira (UNIRIO) sobre Escolarização e Maternidade nas 14 turmas da EJA. | Formação dos professores da EJA com a professora do Programa de Pós Graduação em Educação da UNIRIO (na linha de pesquisa Educação e Políticas Públicas de Juventude), Regina Novaes, realizado na sede da Fundação Roberto Marinho. | A Redes da Maré e a Fundação Roberto Marinho, com apoio e financiamento do Instituto Somos e Instituto Humanize, formou 14 (catorze) turmas de Educação para Jovens e Adultos (cerca de 450 estudantes voltaram aos bancos escolares para completar seu ensino).

2018

O primeiro ano do projeto contou com uma média de 450 estudantes matriculados em 4 (quatro) turmas de Ensino Fundamental e 10 (dez) turmas de Ensino Médio. | Os estudantes inscritos na EJA começaram a participar também de diferentes cursos e projetos de formação e qualificação profissionais da Redes da Maré e de instituições parceiras atuantes no território, como no curso de qualificação profissional em Gastronomia e Assistente de Cabeleireiro da Casa das Mulheres da Maré. | A EJA recebeu a visita da equipe do Telecurso Mundiar do estado do Pará. | Os alunos fizeram uma série de apresentações no Galpão Bela Maré a partir da obra literária “Clara dos Anjos”, de Lima Barreto, e da biografia de Nelson Mandela. Alguns estudantes e professores foram convidados para uma apresentação na Fundação Roberto Marinho. 

NOTÍCIAS


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